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Obesidade: Causas, Impactos e Estratégias de Controle – Um Desafio Global de Saúde

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Introdução

A obesidade é uma doença crônica não transmissível caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e que representa um sério problema de saúde pública em escala global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade quase triplicou desde 1975. Em 2024, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas — entre elas, cerca de 650 milhões são adultos.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (VIGITEL 2023), a prevalência da obesidade entre adultos ultrapassa os 23%, com crescimento acentuado entre jovens e crianças. A obesidade, portanto, não é apenas uma questão individual, mas uma epidemia silenciosa que exige respostas intersetoriais.


Fisiopatologia e Diagnóstico

A obesidade resulta de um desequilíbrio energético crônico — a ingestão calórica supera o gasto energético ao longo do tempo. O índice de massa corporal (IMC) é o parâmetro mais utilizado para classificação:

  • IMC entre 25 e 29,9: Sobrepeso
  • IMC ≥ 30: Obesidade (grau I a III conforme o valor)

Além do IMC, a circunferência abdominal também é um marcador importante, sendo indicativa de obesidade visceral quando ultrapassa 88 cm para mulheres e 102 cm para homens.


Causas multifatoriais da obesidade

A obesidade não tem uma causa única. Entre os principais fatores, destacam-se:

  • Genética e epigenética: Polimorfismos genéticos podem influenciar o metabolismo e o apetite.
  • Ambiente obesogênico: Publicidade de alimentos ultraprocessados, falta de áreas para atividade física e estilo de vida sedentário.
  • Hábitos alimentares inadequados: Dietas hipercalóricas e pobres em nutrientes.
  • Distúrbios emocionais e comportamentais: Transtornos como ansiedade, depressão e compulsão alimentar.
  • Alterações hormonais: Como resistência à insulina, hipotireoidismo e síndrome dos ovários policísticos.

Consequências clínicas e psicossociais

A obesidade aumenta significativamente o risco para várias comorbidades:

  • Doenças cardiovasculares (hipertensão, infarto, AVC)
  • Diabetes mellitus tipo 2
  • Apneia obstrutiva do sono
  • Esteatose hepática não alcoólica (EHNA)
  • Alguns tipos de câncer (mama, cólon, endométrio)
  • Problemas ortopédicos e articulares

Além disso, os impactos emocionais e sociais incluem:

  • Discriminação e estigmatização
  • Baixa autoestima e isolamento social
  • Prejuízos na qualidade de vida e produtividade

Tratamento e manejo clínico da obesidade

O tratamento deve ser multidisciplinar e individualizado, com abordagem contínua e de longo prazo. As estratégias incluem:

  • Intervenção nutricional: Redução calórica moderada, reeducação alimentar, foco em alimentos in natura.
  • Atividade física supervisionada: Exercícios aeróbicos e resistidos, adaptados à capacidade do paciente.
  • Terapia comportamental e suporte psicológico
  • Farmacoterapia: Indicada em casos específicos, conforme critérios da diretriz brasileira (ex.: uso de orlistate, liraglutida, semaglutida).
  • Cirurgia bariátrica: Recomendável em obesidade grau III ou grau II com comorbidades, mediante critérios clínicos.

Prevenção: o caminho mais eficaz

A prevenção da obesidade começa desde a infância. Políticas públicas que promovam alimentação saudável, educação nutricional nas escolas, redução da publicidade de alimentos ultraprocessados e incentivo à prática esportiva são fundamentais.

No âmbito individual, o autocuidado é essencial: bons hábitos alimentares, sono de qualidade, rotina ativa e acompanhamento médico regular fazem toda a diferença.


Conclusão

A obesidade é uma condição complexa, com raízes biológicas, sociais e ambientais. Exige um olhar mais compassivo e técnico, livre de estigmas. A solução passa por educação, políticas públicas eficazes, mudanças de comportamento e acesso à saúde de qualidade.

Combater a obesidade é promover saúde, dignidade e qualidade de vida para milhões de pessoas.